sábado, 2 de junho de 2018

Advogado Alexandre Assaiante fala sobre o caso da mulher que prestou queixa após sofrer boato que é portadora de HIV em Pedreiras

Advogado de Pedreiras, Alexandre Assaiante

O advogado deu uma grande lição de moral“Isso só demonstra quanto o ser humano ainda é ruim e preconceituoso”. Confira o texto na íntegra!

Essa pequena história por mais comum que possa parecer apresenta alguns pontos importantes:

1) como é que alguém se presta a passar para terceiros informações falsas e pertencentes ao íntimo de alguém sem o consentimento desse? Puro mal caratismo né? Falta do que fazer talvez. É triste ver que com a língua alguém consegue destruir a vida de outra pessoa. Triste ver que pela falta de amor as pessoa falam as coisas sem ter a menor dimensão do que causarão com isso. Quer dizer, com um comentário mentiroso e maldoso, o autor(a) conseguiu desestabilizar a vítima e deixar os filhos dela com fome. Hoje é ela, amanhã pode ser a gente. TUDO ISSO DEMONSTRA QUE VIVEMOS NUM ETERNO CICLO. TUDO ESTÁ INTERLIGADO E GIRA, INCLUSIVE O MUNDO.


2) a falta de conhecimento/informação resultou no afastamento das pessoas (os “patrões”) dessa mulher que supostamente seria portadora do vírus HIV. Digo falta de conhecimento pois foi-se o tempo de alguém ter que viver isolado por ser soropositivo. Foi-se o tempo de pessoas soropositivas morrerem por conta da doença. A realidade hoje é outra. Os antiretrovirais, remédios usados para o tratamento do vírus, permitem uma vida saudável a quem deles precisam fazer uso. A pessoa portadora de HIV que cumpra com seu Protocolo de medicamentos sequer transfere o vírus pra alguém, pois a quantidade de vírus no sangue fica, de tão pequena, indetectável. VAMOS NOS INFORMAR, GENTE. LER. O PRECONCEITO É A PIOR DAS ARMAS. 

Que as nossas ações sejam movidas pelo amor, não pelo ódio ou vingança. Que a gente saiba o limite do que pode ser dito, pois a verdade, apesar de ser verdade, tem que saber ser dita.

A mentira, ahhh essa nem merece eu escrever sobre ela.

À vítima, deixo meu apoio e solidariedade. Qualquer coisa de já me coloco à disposição.

Att. Alexandre Assaiante.

Relembre a matéria - Mulher de Pedreiras presta queixa após sofrer boato que é portadora de HIV
Mais e mais em continua....



Uma mulher registrou queixa na polícia apontando ser vítima de boatos que são espalhados em Pedreiras. Nesta sexta-feira (1º), ela contou a imprensa local que bilhetes foram espalhados no bairro (colados em postes, portas de residências...) alertando para nenhum homem se relacionar com ela por ser portadora do vírus HIV.

Reportagem da TV Ouro Vivo, canal 9, Pedreiras 

A mulher que não teve o nome revelado por motivos óbvios disse que ficou sabendo do caso ao ser informada por conhecidos. Chorando muito, ela disse que mora com três filhos menores de idade, trabalha lavando roupas e o boato, além da difamação, tem prejudicado sua ocupação.

“Eu lavo roupas três vezes por semana para sustentar meus três filhos, mas depois que surgiu esse boato, ninguém quer me chamar mais para lavar a roupa. Sem trabalho, estamos passando por dificuldades. Hoje mesmo, não tínhamos dinheiro para comprar o lanche para eles e só não ficaram com fome, porque uma vizinha deu comida para eles”, disse ela.

A mulher afirma que não tem Aids, vai fazer os exames para comprovar que está sendo vítima de difamação e procurou a polícia para que a pessoa que fez o boato seja identificada e punida.

“Eu quero dizer que não tenho marido, mas não sou mulher de bar, não sou mulher de zona, vivo para os meus filhos, trabalhando para botar comida na mesa deles. Eu vou provar que isso é uma calunia, vou fazer os exames, mostrar para as pessoas que acreditaram nesse boato e peço que a polícia descubra quem foi essa pessoa que inventou essa maldade contra uma mãe de família”, disse ela.

Crime

Uma pessoa pode ser processada só por ter repassado informações através da internet que sejam considerados crimes de calúnia e difamação.

O Código Penal contempla três crimes contra a honra: calúnia, difamação e injúria. Eles são praticados não somente pelo acusador inicial, por quem falou no primeiro momento, mas também pelas pessoas que aderem aquela informação, que concordam e propagam aquela informação.

Uma informação espalhada por meio da internet for verídica, mas não de interesse público, e a pessoa que propagou tenha interesse em ofender o próximo, ainda assim o autor está cometendo um crime. Nesses crimes contra a honra, a calúnia é infração, em que a informação falsa é considerada prática de um crime, mas também existe o crime de difamação que é a imputação até mesmo de um fato verdadeiro que não seja de interesse público. Até mesmo falar uma determinada verdade que seja ofensiva com, a intenção de ofender pode configurar crime contra a honra. (Blog do Carlinhos)

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